Movidos

"Somente quando encontramos o amor,
é que descobrimos o que nos faltava na vida"

quarta-feira, 14 de julho de 2010

O que deve ser um Jovem Comunista (fragmento) Ernesto 'Che' Guevara 1962

[...]
Quero formular agora, companheiros, qual é a minha opinião, e visão de um dirigente nacional das ORI, do que é que deve ser um jovem comunista, e ver se estamos todos de acordo.
Eu acho que o primeiro que deve caracterizar um jovem comunista é a honra que sente por ser um jovem comunista. Essa honra que o leva a mostrar perante todo o mundo a sua condição de jovem comunista, que não o vira para a clandestinidade, que não o reduz a fórmulas, mas que o exprime a cada momento, que lhe sai do espírito, que tem interesse em demonstrá-lo porque é o seu símbolo de orgulho.
Junto disso, um grande sentido do dever para a sociedade que estamos a construir, com os nossos semelhantes como seres humanos e com todos os homens do mundo. Isso é algo que deve caracterizar o jovem comunista. Ao pé disso, uma grande sensibilidade ante todos os problemas, grande sensibilidade face à injustiça. Um Espírito que não se conforma cada vez que surge algo que está mal, tenha-o dito quem o disser. Pôr em questão tudo o que não se perceber. Discutir e pedir explicação do que não estiver claro. Declarar a guerra ao formalismo, a todos os tipos de formalismo. Estar sempre aberto para receber as novas experiências, para conformar a grande experiência da humanidade, que leva muitos anos a avançar pela senda do socialismo, às condições concretas do nosso país, às realidades que existem em Cuba.E pensar -todos e cada um- como iremos mudando a realidade, como irmos melhorando-a.
O jovem comunista deve tentar ser sempre o primeiro em tudo, lutar parar ser o primeiro, e sentir-se incomodado quando em algo ocupa outro lugar. Lutar sempre por melhorar, por ser o primeiro. Claro que nem todos podem ser o primeiro, mas sim estar entre os primeiros, no grupo de vanguarda. Ser um exemplo vivo, ser o espelho onde possam olhar os homens e mulheres de idade mais avançada que perderam certo entusiasmo juvenil, que perderam a fé na vida e que diante o estímulo do exemplo reagem sempre bem. Eis outra tarefa dos jovens comunistas.
Junto disso, um grande espírito de sacrifício, um espírito de sacrifício não apenas para as jornadas heróicas, mas para todo o momento. Sacrificar-se para ajudar o companheiro nas pequenas tarefas e que poda cumprir o seu trabalho, para que poda cumprir com o seu dever no colégio, no estudo, para que poda melhorar de qualquer maneira. Estar sempre atento a toda a massa humana que o rodeia.
Quero dizer: apresenta-se a todo jovem comunista a tarefa de ser essencialmente humano, ser tão humano que se aproxime ao melhor do humano, purificar o melhor do homem por meio do trabalho, do estudo, do exercício de solidariedade continuada com o povo e com todos os povos do mundo, desenvolver ao máximo a sensibilidade até se sentir angustiado quando um homem é assassinado em qualquer canto do mundo e para se sentir entusiasmado quando em algum canto do mundo se alça uma nova bandeira de liberdade.
O jovem comunista não pode estar limitado pelas fronteiras de um território, o jovem comunista deve praticar o internacionalismo proletário e senti-lo como coisa de seu. Lembrar-se, como devemos lembrar-nos nós, aspirantes a comunistas cá em Cuba, que somos um exemplo real e palpável para toda a nossa América, para outros países do mundo que lutam também em outros continentes pela sua liberdade, contra o colonialismo, contra o neocolonialismo, contra o imperialismo, contra todas as formas de opressão dos sistemas injustos. Lembrar sempre que somos um facho acesso, que somos o mesmo espelho que cada um de nós individualmente é para o povo de Cuba, e somos esse espelho para que se olhem nele os povos da América, os povos do mundo oprimido que luta pela sua liberdade. E devemos ser dignos desse exemplo. Em todo o momento e a toda a hora ser dignos desses exemplos.
Isso é o que nós julgamos que deve ser um jovem comunista. E se nos disserem que somos quase uns românticos , que somos uns idealistas inveterados, que estamos a pensar em coisas impossíveis, e que nom se pode atingir da massa de um povo que seja quase um arquétipo humano, nós temos de contestar, uma e mil vezes, que sim, que sim se pode, que estamos no certo, que todo o povo pode ir avançando, ir liquidando intransigentemente todos aqueles que ficarem atrás, que não forem capazes de marcharem ao ritmo a que marcha a revolução cubana. Tem de ser assim, deve ser assim, e assim é que será, companheiros, será assim, porque vocês som jovens comunistas, criadores da sociedade perfeita, seres humanos destinados a viver num mundo novo de onde terá desaparecido de vez todo o caduco, todo o velho, todo o que representar a sociedade cujas bases acabam de ser destruídas.
Para atingirmos isso cumpre trabalhar todos os dias. Trabalhar no senso interno de aperfeiçoamento, de aumento dos conhecimentos de aumento da compreensão do mundo que nos rodeia. Inquirir e pesquisar e conhecer bem o porquê das coisas e colocar sempre os grandes problemas da Humanidade como problemas próprios.
Dessarte, num momento dado, num dia qualquer dos anos que venham-após passarmos muitos sacrifícios, sim, depois de termo-nos porventura visto muitas vezes à beira da destruição- após termos porventura visto como as nossas fábricas ssão destruídas e de tê-las reconstruído de novo, depois de assistirmos ao assassinato, à matança de muitos de nós e de reconstruirmos o que for destruído, ao fim de isso tudo, um dia qualquer, quase sem repararmos, teremos criado, junto dos outros povos do mundo, a sociedade comunista, o nosso ideal.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Se você treme de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo, então somos companheiros. Che Guevara


Retornando as reflexões, análises...e para isso é necessário escrever, "socializar"...

Pretendo ser bem PONTUAL, quanto ao meu sentimento e para isso estarei "dialogando"com dois camaradas com espírito "revolucionário" - Che Guevara e Ulisses Tavares -

Certamente chego próximo do entendimento da frase de Marx " A religião é o suspiro da criança acabrunhada, o coração de um mundo sem coração, assim como também o espírito de uma época sem espírito. Ela é o ópio do povo"...

Enfim, ocorre que neste final de semana, junto do meu jovencito, fizemos uma viagem de moto...o que me fez um bem enorme, por tudo que vivi, como sempre vivendo com gosto e paixão ao lado dele...tudo que antes era simplista demais...hoje passa a ter sentido, um "gosto" diferente...que amo...

Eu e meus "inventos" (como diz a D. Maria), faz uns 2 anos que não consumo mais carne nas minhas refeições, e isso faz com que meu consumo de coisitas doces aumente, e já digo não parei de consumir carne por questões de saúde, se não já teria largado outras coisitas prejudiciais...não como carne simplesmente por que não acho justo matar um animalzinho para me sentir "satisfeita"...

E como a noite prometia um "arsenal de bichinhos assados" logo manifestei minha necessidade de comprar chocolates, e como sempre também "outro invento" compro como se fosse a última vez que irei comer na vida...e logo saio do mini mercado de Urubici/SC com três barras uma de cada sabor...
Avistamos uns camaradas no posto de gasolina e ali paramos para nos "agrupar"...mas de imediato, perco o foco...isso não é um invento...isso é inerente a mim, por isso a frase do Che... vejo três pequenos cidadãos e me aproximo, sim por que não consigo ficar "indiferente"...olhar e fingir que nada vi...por isso que Ulisses entenderia...

Eu conhecer os novos camaradas??? sim claro...mas a injustiça, a dicotomia, a desigualdade grita aos meus olhos e logo me aproximo dos três e claro (invento: grande habilidade de conversar com estranhos) começo a conversar com eles: Ricardo 9 anos, Gabriel e Gabriela (gêmeos 6 anos)... três crianças - retrato da exclusão e desigualdade social que é IGUAL em todos os cantos do nosso país...as estratégias de sobrevivência, não mudam...e elá estavam eles, buscando em meio a belas paisagens e pessoas felizes contagiadas por inúmeros sentimentos....comida!!!!!!!!! algo que preenchesse muito mais que a fome...nos olhos deles conseguia ler as carências, a raiva, a desesperança, a fome de muitas coisas!!!!!!!!!

(...)tem gente passando fome. E não é a fome que você imagina entre uma refeição e outra...
Quem me conhece sabe que também não é um "invento" não concordo com "esmolas"...meu projeto ético político, é a luta por uma nova ordem societária, não por "ajuda", luta e defendo a efetivação de direito, "socializar a riqueza para romper com a desigualdade"...não dar o que não me serve...Marx já disse "a religião é o ópio do povo"...e tb não me comovo ao ponto...por que jpa dizia o querido Toni C. (que Sharon tanto me fala) ... Tudo demonstra que, por trás da nobre comoção, está embutido um mesquinho sentimento de classe...o sentimento que me bate é revolta...indignação...

Só sei que eu também não sou as coisas. Eu me revolto...

Onde entra o chocolate nessa história??? bem entra nesse meu sentimento mesquinho de ter a opção de escolher o que comer, e comprar quantos chocolates eu tiver vontade...me senti mal...e não dei os chocolates a eles movidos por esse sentimento, mas movido pelo sentimento de romper com essa parte individualista que tenho em mim...e ver que Gabriela ao pegar a barra de chocolate abriu e saiu comendo bem feliz...certamente nada mudou...mas em mim sim... “lugar de ser feliz não é no supermercado...é...”


Ao ir embora, pensei comigo, quantas pessoas não viram eles...ou se viram ao fazer a primeira curva logo esqueceram...é Uliesses "Tem gente que existe e parece imaginação..."